Uma das memórias mais fortes que
eu tenho da minha infância é da minha mãe dizendo que ia me colocar pra lavar o
short branco que eu tinha sujado de lama por ter decidido de bunda o morro
atrás da minha casa. Eu lembro desse detalhe e de ter assistido um jogo de
futebol com o meu pai, meu tio, meu primo e meu avô de lá de cima. Foi um bom
dia, isso é fato.
Eu me lembro de correr do meu
primo pela casa e o quintal da minha vó, entrando pela porta dos fundos e
saindo pela porta da frente. Lembro das lutinhas, de cortar os dedos na linha
de pipa e de ter nojo das minhocas que ele achava nas vezes que a gente mexia
no jardim de casa, brincando de fazer bolos de terra.
Me lembro de procurar a árvore
perfeita no sítio da minha vó para construir a casa da árvore que seria a sede
do clube secreto, formado pelos primos. De brincar de casinha fazendo os gatos
da minha vó de filhos. Lembro também da terrível idéia que tivemos uma vez:
fazer um piquenique no pasto. Ideias de crianças, tão ingênuas.
Lembro de chegar em casa todos as
tardes depois do colégio e ir jogar dominó com o meu vô na varanda dele, e da
minha mãe gritando perguntando se eu não tinha mais casa porque eu simplesmente
não via o tempo passar.
Eu lembro com perfeição o fato de
ter tido uma infância repleta de brincadeiras, implicâncias, inocência e muita
criatividade na hora me divertir. E são todas essas lembranças que me fazem ter
medo pelas crianças de hoje, que não sabem como é muito mais divertida a
brincadeira na vida real do que em um tablet, um computador ou um celular.
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