Infância perdida

11 novembro 2014

Uma das memórias mais fortes que eu tenho da minha infância é da minha mãe dizendo que ia me colocar pra lavar o short branco que eu tinha sujado de lama por ter decidido de bunda o morro atrás da minha casa. Eu lembro desse detalhe e de ter assistido um jogo de futebol com o meu pai, meu tio, meu primo e meu avô de lá de cima. Foi um bom dia, isso é fato.

Eu me lembro de correr do meu primo pela casa e o quintal da minha vó, entrando pela porta dos fundos e saindo pela porta da frente. Lembro das lutinhas, de cortar os dedos na linha de pipa e de ter nojo das minhocas que ele achava nas vezes que a gente mexia no jardim de casa, brincando de fazer bolos de terra.

Me lembro de procurar a árvore perfeita no sítio da minha vó para construir a casa da árvore que seria a sede do clube secreto, formado pelos primos. De brincar de casinha fazendo os gatos da minha vó de filhos. Lembro também da terrível idéia que tivemos uma vez: fazer um piquenique no pasto. Ideias de crianças, tão ingênuas.

Lembro de chegar em casa todos as tardes depois do colégio e ir jogar dominó com o meu vô na varanda dele, e da minha mãe gritando perguntando se eu não tinha mais casa porque eu simplesmente não via o tempo passar.


Eu lembro com perfeição o fato de ter tido uma infância repleta de brincadeiras, implicâncias, inocência e muita criatividade na hora me divertir. E são todas essas lembranças que me fazem ter medo pelas crianças de hoje, que não sabem como é muito mais divertida a brincadeira na vida real do que em um tablet, um computador ou um celular.

Nenhum comentário

Postar um comentário

 
Almost the Moon, 2013 - 2017 ©. Desenvolvido por Michelly Melo.