1440 minutos.

Uma vez uma amiga me disse a seguinte frase “naquele dia o céu chorou por mim o que eu não conseguia mais”. Um tanto dramática. Mas ela é dramática e a situação também era, então no fim das contas a frase está mais do que correta. E hoje o céu também chora por mim. Diz Bob Marley que “saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos”, e a minha já está escorrendo pelos olhos faz um tempo. E agora acho que o céu resolveu colaborar comigo, e como disse aquela amiga chorar o que eu já não consigo mais por ter esgotado a minha cota.

Eu sinceramente achei que a essa altura do campeonato, morando longe da família e amigos de infância a sete anos, eu já teria me entendido com a maldita da saudade. Só que não. Na verdade eu me acostumei, em relação a eles. Não em relação a você meu amor. E eu não deveria me surpreender, porque com você é sempre diferente.

Com você a risada é sempre mais sincera, a implicância sempre mais divertida, a conversa sempre mais interessante e a saudade sempre mais dolorosa, esmagadora e triste. Chega até ser difícil explicar. Com explicar que quando você está longe o dia perde a cor, mas se você estivesse aqui do meu lado eu poderia pintar um sol brilhante nesse céu acinzentado e chuvoso? Como explicar que eu preciso de você comigo todos os dias, fisicamente presente, pra estar inteira e completamente feliz?

Parece loucura, mas qualquer fração de tempo com você é pequena demais comparada com a minha vontade de estar ao seu lado. Comparada a minha vontade de te ter pra mim todos os 1440 minutos do dia. Mas no fim das contas parece que a saudade e o relógio conspiram contra mim. No fim das contas tudo que me resta é encarar o relógio e deixar a saudade escorrer pelos meus olhos.