Tão perto, tão longe.

É engraçado pensar que durante anos por várias vezes nós estivemos juntos no mesmo lugar sem nunca perceber um ao outro. Sempre tão perto e ao mesmo tempo tão longe. O facebook diz que nos conhecemos há dois anos. Eu diria que fomos apresentados, - "Oi, eu sou a Louise", - "Oi, eu sou o Michel" há dois anos, só que na verdade já tínhamos estado juntos no mesmo lugar várias vezes bem antes disso.

Um noivado. Uma apresentação de natal da escola da minha irmã, que estuda com o seu primo. Um casamento. E mais uma dezena de outras ocasiões se você contar todos as vezes que nos vimos na minha igreja. E pensar que há sete anos você passa em frente a minha rua praticamente todos os dias, especialmente aos domingos, e só agora finalmente nos percebemos.

Confesso que já havia te percebido antes, em um dos domingos que você apareceu lá na igreja pelo final do culto, mas eu era muito nova e não tinha a menor coragem de me aproximar mesmo que fosse apenas pra dizer "oi" e começar o que eu acredito que na época seria apenas amizade. Então continuamos nessa rotina de encontros desencontrados e olhares sem realmente ver. Muito poético não acha?

Até que um belo dia nos percebemos. Por fim estávamos no mesmo lugar, conversando, rindo, vendo um ao outro. E que dia feliz foi esse. Talvez não tenha acontecido antes porque não era hora, talvez porque não teria dado certo se fosse ontem e não hoje. Mas aconteceu, e é isso que importa. Hoje estamos perto e no que depender de mim nunca mais estaremos longe, porque existem várias pessoas ao redor mas meus olhos não percebem mais nenhuma delas. Eles não conseguem ~nem querem~ se desviar de você.